segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Flavio Castorino, que poema lindo!


Do imponderável (por FlaVcast em 03.01.2013)



“Viver não é vivível” C.L.

Também não sei qual
“o jeito de ser gente” (C.L.).


Sei ser o cerne,
o entendimento
do significado
de não ser vivível

Os moldes hoje,
já não me cabem
nas formas
que não ocupo


O não vivível,
é o mínimo
sobrevivível
no que existe

É miserável,
a pobreza
do imponderável
material de que preciso


Dá-se a vida,
a alma corrompida
nas avenidas
já um tanto diluídas

E em tão pouco,
que assolam questões
não medos esses
muito caro pra tê-los


São burocratas,
pendências devidas
às partes de um todo
vivível seria carimba-las


De tintas que escorrem,
não vivíveis papéis
sobre alguns decibéis
estão os (des)níveis

Não sei se há riqueza,
no não vivível
o aproximar-se
é afastar-se

A dor é parte,
do não vivível
sabe-se o erro
do erro à vida


Do qual escorre,
dos dedos das mãos
o suor impregnado
das entranhas o sexo


Abafados amor e ódio,
são leais ao ópio
são silêncio que emoldura
os quadros da vida.


foto by Flavio Castorino

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