quinta-feira, 25 de abril de 2013

Índigo num Céu de Concreto


Índigo num Céu de Concreto


Já sei, já sei, tempestades em copo d´água...
mas quando tudo parece que esmorece,
e volto ao bigbang, onde sem você me perco,
inquilina num cosmos baldio
repito comigo: há um lugar onde ele irá me enterrar. 

Eu sei, eu sei, dessa vez não tem volta não.
Meu vestido novo não será usado nessa estação,
vai virar peça de Nelson Rodrigues ou de algum leilão.
E olha que agora, estou na mesma montanha em que estás
Vendo a mesma estrela e respirando o mesmo ar.

Nunca tive opção, mas jamais fui musa de um só verão.
Fui aquela que viveu cada verso teu
e preencheu o vazio de tuas entrelinhas
com a mão apoiada em teu ombro, voou no azul junto contigo.

Pura poesia à procura do índigo em um céu de concreto
que nos abateu e nos quebrou a cabeça ,
deixando-nos perdidos,no meio de um quebra-cabeça 
que acabou nos separando e onde a última peça, 

justamente, o PARA SEMPRE,
sei que hei de procurar desesperadamente,
eternamente.

Karla Julia

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