domingo, 31 de janeiro de 2016

DICA DE TEATRO :" MARIA CALLAS- MASTER CLASS"

                              


Master class é uma expressão da língua inglesa que quer dizer uma aula dada por um especialista detentor de notório conhecimento.Ela é empregada nas artes e em especial na música.
Nas master classes de música, deve-se preparar uma única peça e o especialista dá conselhos para que o aluno melhore sua interpretação.
As célebres Master classes de Maria Callas na Juilliard (Nova York) entre outubro de 1971 e março de 1972 viraram uma peça de Terrence MacNally , ganhadora de um Tony e fez um estrondoso sucesso na Broadway.
E foi essa a peça que fui assistir no Teatro Clara Nunes ontem, sábado à noite.
Sempre gostei de Maria Callas.Já havia lido sua biografia : um calhamaço em inglês. Seu temperamento explosivo, sua ascendência grega, sua via tumultuada, sua beleza marcante, tudo isso já dava uma boa ópera para mim.
Já havia assistido filmes sobre sua vida também.
Mas o que vi ontem no teatro foi diferente.
Não havia"Ari", nem Callas no ápice de sua carreiea. Mas sim a considerada " maior cantora lírica de todos os tempos", que já não cantava mais tanto quanto antes, com seu passado de glórias, de perdas, dando aulas numa cidade longe do seu tão querido " Scala" de Milão.
O que vi foi Christiana Torloni em sua melhor forma, com toda classe, nos emocionando como Callas em suas Master classes.

                             

           Karla Julia

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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

DICA DE LIVRO:" O QUARTO DE AZULEJOS" de Tonho França



Mais uma vez o poeta Tonho França arrebata a lua e nos traz de presente sua luz para algumas horas de deslumbramento.
Sua poesia é em seu mais novo livro Quarto de Azulejos" transcende a palavra. É encantamento do princípio ao fim.
Cidades, ruas e saudades...
 
                                  TEMPESTADE NOTURNA
      
                                   barulho no telhado        
                                  deus aborta fetos de anjos
                                      
                                   Tonho França

Um livro de poesia tão imprescindível como nossa música
preferida: para ser lido e relido sempre.Faz bem à alma.

                                     Karla Julia

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domingo, 24 de janeiro de 2016

DICA DE SERIADO: " BLOODLINE'

                                                                 
         

Relacionamentos familiares são muitas vezes complicados. E "Bloodline" destaca esses conflitos com uma boa dose de cinismos, mentiras, ganância e até conspirações.
Nem tudo é o que parece.
Nessa brilhante série no canal Netflix, cuja 1° temporada com 13 capítulos, atraiu minha atenção do início ao fim, deixou um gosto de quero mais.
Ambientada nos Keys, Flórida, essa teia de intrigas envolve os Rayburn, donos de uma pousada à beira mar, em um ambiente crimes e tráfico de drogas.
Ansiosa para a segunda temporada!

                                                                            

                                    Karla Julia

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Meus Artesanatos

                   
                                      porta controles- by Karla Julia

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Haicai




cai a tempestade
mata bicho, mata flor
só não mata minha dor


versos e foto
Karla Julia

DVORAK E A BELEZA COM A SEREIA DOS CÉUS




A cada dia vou me emocionando mais e mais com a beleza. Agora por exemplo, depois de ver uma foto linda de uma mulher maravilhosa, botei ao acaso um CD que estava guardado sem nunca ter sido ouvido. Perdido em alguma gaveta, recebido de presente não me lembro de quem. Ainda estava com o plástico da embalagem. Totalmente vestido. Com o carinho de quem desnuda uma amante, tirei suas roupas, e carinhosamente no volume máximo botei  a Sinfonia 9 em Mi menor opus 95 “From the New World”de Dvorak, que nunca havia escutado. Apago as luzes e no breu da sala, vejo a imponência da beleza. Que combina com o brilho da foto. E aí vejo que a beleza de tudo que nos cerca está toda conectada. Fecho os olhos e era como se o sol estivesse brilhando dentro da minha cabeça, iluminando tudo. Que viagem! Vejo as primeiras árvores do mundo. As nuvens e os mares. Vejo os pássaros e os animais. Mas não estou só. Eu sei que estou voando. Conduzido por uma sereia dos céus. Que me leva todo o tempo para o pico mais alto. Estou escrevendo com os olhos fechados. Gravando para depois registrar. 

É verdade, estou com os olhos fechados enxergando claramente esta viagem. Assim como esta musica maravilhosa é uma tentativa fracassada do homem em imitar os sons divinos da natureza, o que eu escrevo é também uma fracassada tentativa de imitar os sentimentos divinos e naturais de quem ama. Estou parado, sentado neste tapete voador com esta amorosa sereia das alturas ao meu lado, inundado pela música que não para. E que é o combustível deste tapete mágico. Um mantra tranquilo e sereno nos levando por caminhos tão lindos que não dá para serem descritos. Só para serem sentidos. Passeio pela beleza neste espaço. Exploro todos os cantinhos e sentimentos e sei que não vai acabar nunca por ser um espaço aberto e sem limites. Infinito desde o seu começo. Que é quase impossível de se achar quando não se está aberto para enxergar a beleza. Que quase sempre está ao nosso lado. 


A música parou, mas os olhos teimam em não abrir, aproveitando ainda a inércia do tapete mágico, que embalado pela energia do combustível dvorakiano, flutua leve e solto, aterrizando mansamente nos campos floridos do amor. Os olhos se abrem. Estão molhados, chorando.

Comprovando o gozo diante da beleza.


                   
                  Szyman Bin Moshen                                                 29 de setembro de 2009
                                                          

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

PICASSO E A MONA LISA


Quando a Mona Lisa  foi furtada do Louvre em 1911 um dos primeiros suspeitos foi Picasso.Mas ele foi logo descartado.O pintor tinha somente algumas estatuetas do Louvre em suas gavetas.

Perrugia,
o verdadeiro autor do crime


"Paul Cézanne é o pai de todos nós"
Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remédios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso.



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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

DICA DE FILME :" A GRANDE APOSTA"






Se eu gostei do filme? Sim, muito.
Se eu entendi todos os seus meandros dele? Não.
Mas acho que ele não foi feito para o grupo seleto de economistas,  senão não teria sido feito para o grande público .A questão não é essa.Você não precisa entender de mercado financeiro para não se impressionar com a fragilidade de nossas instituições ( e a deles também) quando aqueles que são resposta veis pela credibilidade e honestidade das transações financeiras são mo idos pela ganância.As vítimas geralmente são aqueles cidadãos comuns.
As personagens de Christian Bale e Steve Carrel dissecam brilhanmente essa pirâmide de papeis podres e mercados imobiliários fraudulentos que quebraram o mercado financeiro mundial em 2008.
O resultado é que poucos sobrevivem às sugestões  equivocadas,para não dizer, tendenciosas das agências de risco e de governo.
É ver para crer.

                              Karla Julia

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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A mais antiga medodia



A mais antiga melodia conhecida data de 1400  a.c. Ela foi descoberta em 1950 em Ugarit na Síria. Foram encontradas 29 textos de melodias nas ruínas do palácio nessa cidade, todas datando deste mesmo período. A numeração dos textos  facilitou a reconstrução da melodia, reconhecida como a mais antiga melodia.


                           Karla Julia

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domingo, 10 de janeiro de 2016

OROSCO

                             
                               "Sueño"
                    José Clemente Orosco

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DICA DE FILME: " SPOTLIGHT- SEGREDOS REVELADOS"

DICA DE FILME :" SPOTLIGHT-  SEGREDOS REVELADOS" de Tom MacCarthy



O assunto da pedofilia praticado por padres da Igreja Católica não é de hoje.Mas nesse filme, que trata de fatos reais, ele é abordado como num trilher.A ação é rápida, os atores fantásticos e o assunto tão sério, que não deve ser esgotado enquanto esse crime hediondo não desaparecer por completo.
Um excelente filme.

Karla Julia

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O TEMPO PERDIDO - de Szyman Bin Moshen

O TEMPO PERDIDO
             
               I  

Dentes cerrados
Rostos torcidos
Só se vê o que não é
Que foi assim fabricado
Só se vê ódio na faísca dos olhos
A vendeta em gestação
e depois em curtição
Pronta para se soltar
E alimentar sua gêmea
Que é irmã ou mesmo prima
Se alimentando mutuamente
Até mutuamente morrer
Não se vê o outro porque dele se esconde
Mostrando sempre aquilo que não se é
O medo de encontrar afinal
O gêmeo de sua alma ou de seu coração

 - agosto de 2013 -  
Szyman Bin Moshen


O TEMPO PERDIDO 
             
               II 

A caminho de Damessek
Está um trem parado
Com muita gente na estação
Esperando chegar em Damessek
Um caminho tão curto
Tão fácil de cruzar
Um caminho tão bonito
Tão fácil de gostar
Lá no meio, insensível
A carcaça desbotada de um tanque
Sem cor e sem bandeira
A lembrar do erro sem  perdão
Da escolha do gatilho
Ao invés do volante condutor
O trem? Quando afinal ele vai partir?

 -agosto de 2013-
Szyman Bin Moshen


O TEMPO PERDIDO 
         
         III  

Oh! leite e mel
Que não se sente o aroma e o sabor
Oh! frescor da madrugada
Calor do sol
Inspiração na lua
Que não se percebem no meio do caos
Que venham os poetas e músicos
Teimosos em desafiar os poderosos canhões
A desmontar as minas escondidas
E encontrar os caminhos da Paz

A criança nada sabe
Das botas que esmagam sem dó
Dos botões que se apertam sem humanidade
E vai sendo pelo ódio sugada
Para o desperdício de sua própria existência
Caminhando com verdades que nunca foram
Nem mesmo necessárias foram
Ao contrário, verdades desprezíveis
Verdadeiras mentiras fabricadas
Esta sim a única verdade neste ciclo de violência
Que tem equação igual
A Gentileza gera Gentileza
Porque Ódio gera Ódio
Amor gera Amor
Assim é o livre arbítrio
Ódio não gera Amor
Amor não gera o Ódio
É fácil

– setembro de 2013-
Szyman Bin Moshen


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História das Molduras: O casamento perfeito com a obra de arte


                                                                                 
Akhenaton, Nefertiti e as princesas reais 

                               fragmento de relevo de Tell el-Amarna, c 1350 aC, (XVIII Dinastia)



Em termos gerais a moldura serve como uma proteção externa de determinado trabalho. Sua definição no dicionário é guarnição para painel, retrato e etc. A moldura então, funcionária como um adorno para as obras de arte. Fato é que seja como proteção, seja como adorno, o universo que envolve a moldura é muito mais abrangente e surpreendente do que ponderações em dicionários e conceitos pré-estabelecidos.

A moldura limita mundos, impede-os de se confundirem, cria uma espécie de célula ou cela, abre uma janela, cria um mundo paralelo que vai muito além de sua função tradicional de proteger a obra de arte, delimitar seu espaço arquitetônico ou lhe conferir um ornamento.

Os primeiros indícios de moldura se dão no Antigo Egito. Na ocasião, elas eram usadas para delimitar o espaço da obra, guardá-las do mundo externo.  Suas manifestações artísticas giravam em torno esfera religiosa.


Akhenaton, Nefertiti e as princesas reais fragmento de relevo de Tell el-Amarna, c 1350 aC, (XVIII Dinastia).


Na Roma antiga a moldura adquiriu uma importância para além de simples delimitadora de espaço. A moldura passa a exercer a função de organizadora de espaço e tem o poder de definir um campo de trabalho.

                                                                         

Painel com uma representação de um triunfo do imperador Marco Aurélio;
 um gênio alado paira acima de sua cabeça.


Somente nos séculos XII e XIII as molduras começaram a ser pensadas da forma como as conhecemos. Curiosamente o processo de elaboração de uma obra era feito ao inverso. Primeiro se fazia a moldura, em peça única e muito bem acabada. Em seu interior, o espaço em que o artista preencheria com sua arte. Esta técnica dificultava a produção de obras de grandes proporções uma vez que era quase impossível encontrar tábuas com dimensões tão grandes para serem esculpidas.

Até final do século XIV e inicio do século XV, a maior parte das obras eram feitas por encomenda para a igreja. Tais trabalhos eram de grandes proporções e quase sempre eram peças fixas. Suas molduras compunham um conjunto com a arquitetura do templo onde eram instalados e eram confeccionadas pelo próprio artista.


LUCA SIGNORELLI (1445 a 1523) – Madona e criança – Óleo sobre madeira
Com o Renascimento houve uma importante mudança no cenário das artes. Agora, nobres ricos passaram a colecionar obras em suas residências. Essa nova demanda também modificou a produção de molduras. A necessidade de armações portáteis e móveis era eminente. Os novos colecionadores necessitavam, por vezes, transportar esses trabalhos.  As molduras passaram a ser cada vez mais elaboradas, tanto no sentido funcional de proteção quanto no sentido estético.

                                                                           
                                                                             
 LUCA SIGNORELLI (1445 a 1523) 
 – Madona e criança –  Óleo sobre madeira

Mas, e o moldureiro? A produção organizada de molduras começou a se efetivar no século XVI. As molduras não eram mais feitas pelo artista. Havia um moldureiro. Um profissional exclusivamente treinado para isso e que passou a ter grande importância nos processos finais de qualquer decoração. No século seguinte, o requinte só aumentava, madeira e gesso eram usados na confecção de molduras. Novos perfis eram criados e a introdução de arabescos dos mais diversos possíveis levou a concepção barroca de molduras que conhecemos. Durante o século XVIII as produções cheias de excesso continuaram e aumentaram, uma decoração opulenta era tudo que um nobre poderia querer o estilo Rococó da aristocracia francesa ganhou destaque.

Aos poucos os excessos e exageros foram perdendo espaço, perfis de molduras mais leves, finos e com influências orientais abriram caminho. Estamos no século XIX, cuja característica principal passou a ser o puro uso da madeira. Os impressionistas do final daquele século colocaram a moldura como uma continuação da pintura.

O século XX presenciou uma infinidade de trabalhos a serem emoldurados. Não apenas pinturas, gravuras, desenhos e fotografias. Novos perfis e novos modelos de molduras foram criados. A forma de montá-los e os materiais utilizados também se modificaram. A moldura passou a ser novamente feita pelo artista. A liberdade irrestrita do final do século XX permitia. Até a exclusão completa das molduras chegou como uma nova onda de produzir trabalhos somente em painéis cujas laterais também recebiam pintura.


Com perfil liso ou cheio de arabescos, a moldura atravessa os tempos metamorfoseando-se num diálogo incessante entre o artista e seu trabalho.  Muito além da função de proteger a obra de arte ou delimitar um espaço. Talvez porque a palavra mais importante para a arte contemporânea seja “possibilidades”.


 Extraído do artigo de Everaldo Molduras
http://emolduras.com.br/site

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